Marynes T. Reibnitz; Jacqueline C. de V. Back; Josimari T. Lacerda et. al
INTRODUÇÃO
Em 1995 o índice de cárie dentária CPO-D aos 12 anos, na capital catarinense, era de 2,71. Em 2003, o SB Brasil, apontou índice CPO-D aos 12 anos de 2,31 para a região sul. Florianópolis sentiu então a necessidade de realizar novo levantamento epidemiológico, em 2008, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.
OBJETIVO
Conhecer a prevalência de cárie dentária, oclusopatias e fluorose dentária em escolares de 12 anos em residentes do município de Florianópolis/SC.
METODOLOGIA
Trata-se de um inquérito epidemiológico, envolvendo setores censitários do município, agrupados segundo condição de vida em quatro grupos. Os educandos, após serem identificados em seus domicílios foram examinados nas escolas, numa parceria do Departamento de Saúde Pública da UFSC e SMS/PMF. Uma equipe de Cirurgiões-Dentistas da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis, treinada e calibrada previamente pela UFSC, realizou os exames (n=637) durante o ano de 2008. Além da cárie dentária (CPO-D), analisou-se fluorose dentária (índice de Dean) e oclusopatias (overbite, overjet, mordida aberta, mordida cruzada anterior e posterior). Os indicadores e critérios seguiram as recomendações da OMS (1997).
RESULTADOS e DISCUSSÃO
Morbidades (2008) | n | % |
Cárie Dentária |
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Presença de dentes permanentes com cárie | 149 | 23,4 |
Presença de perda dental devido à cárie | 9 | 1,4 |
Presença de dentes com restauração devido à cárie | 91 | 14,3 |
Presença de dentes com algum histórico de cárie | 217 | 34,1 |
Oclusopatias |
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Overjet | 71 | 11,1 |
Mordida aberta | 21 | 3,3 |
Mordida cruzada anterior | 57 | 8,9 |
Mordida cruzada Posterior | 37 | 5,8 |
Fluorose dentária |
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Leve | 91 | 14,3 |
Moderada | 12 | 1,9 |
A severidade da doença cárie foi analisada na dentição permanente, como indicado pelo índice CPO-D, cujo resultado foi de 0,76 (DP=0,5), dentro da meta estabelecida pela OMS para o ano 2010 CPO-D ≤ 1. Constatou-se que 50% dos escolares estavam livres de cárie e que poucos indivíduos apresentaram elevado índice de ataque da doença. Em 1995 foi encontrado um CPO-D = 2,71 aos 12 anos e em 15 anos verificamos uma redução de 72%.
Ações desenvolvidas pelas
Equipes de Saúde Bucal da Estratégia Saúde da Família:
- acompanhamento das crianças já no pré-natal, o atendimento do Programa Capital Criança, que garante o agendamento de consulta para o recém-nascido com o dentista aos 30 dias de vida com dia e hora marcados, antes da alta da maternidade e segue com atendimentos semestrais, ou nas intercorrências, até os 10 anos de idade;
- implementação das ações de promoção de saúde em saúde bucal, com a garantia da presença da equipe de saúde bucal semanalmente nas creches, núcleos de educação infantil e escolas com distribuição trimestral de escovas aos alunos cadastrados no programa saúde na escola, com estímulo à escovação supervisionada, e as ações educativas e interativas com os alunos nas salas;
- encaminhamento das crianças com necessidade de tratamento ao Centro de Saúde mais próximo à sua casa através da ESF;
- ações de Vigilância à Saúde com a fluoretação das águas de abastecimento público e a distribuição e garantia do creme dental fluoretado e escovas dentais aos escolares;
Tais ações fundamentaram a redução do índice CPO-D em Florianópolis.
CONCLUSÃO
Algumas ações contribuíram para redução dos níveis de cárie, levando nosso município a dados comparáveis a países de primeiro mundo e a redução de 72% do índice CPO-D aos 12 anos de idade nos últimos 15 anos.
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